8. ZIEHL NEELSEN

Paul Ehrlich: desenvolveu a coloração ácido-resistente ou coloração de Ehrlich
 em 1882 para a identificação do bacilo da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis.
Fonte: pt.m.wikipedia.org/

Coloração de Ziehl-Neelsen  (Pesquisa de BAAR)    (Microbiologia Básica e Clínica / Profa . Zilka Nanes Lima)

 Copyright  ZILKA NANES LIMA © 2016 -  Todos os direitos reservados


I).Príncipio:

A coloração para bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) é utilizada basicamente para micobactérias, sendo esta coloração o método mais rápido para a deteão de BAAR em amostras clínicas (Oplustil et. al., 2010).

Baseia-se     no    fato    da    capacidade     de    álcool -ácido-resistência     apresentada    por deterteminadas bactérias (Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae), quando tratadas com uma solução de Fucsina fenicada à quente. Tais bactérias resistem ao tratamento posterior com um ácido forte, mantendo-se com a coloração inicial vermelha, enquanto outras descoram e apresentam a coloração de fundo, que é geralmente obtida com azul de metileno.




II).  Sinonímia:    Coloração  de  BAAR,  Pesquisa  de  B.K.  (Bacilo  de  Koch),  Baciloscopia,  Pesquisa  de micobactéria, Pesquisa de B.H., M.L. ou M.H. (Bacilo de Hansen, Mycobacterium leprae ou hanseni).




III).Material cnico:

Amostras de escarro:
   A  amostra  de  maior  rendimento  para  o  diagstico   da  TB  pulmonar  é  o  escarro proveniente da árvore brônquica, obtido as o esforço da tosse. Algumas particularidades devem  ser  consideradas  pelos  profissionais  de  saúde,  por  exemplo,  recomenda -se  a ingestão de pelo menos 2 litros de água no dia anterior, com a finalidade de mobilizar a secreção pulmonar. (Campinas et.al, 2002)
   Coletar  em  frasco  estéri de  boca  larga,  pref erencialmente   três  amostra em  dias consecutivos ou alternados, do primeiro escarro da manhã as higiene bucal prévia.
   Encaminhar ao laboratório à a temperatura ambiente (20 a 25oC) a 2 horas após a coleta, ou a 48 horas se mantida sob refrigeração (2 a 8oC).

Amostras de urina:
   Coletar em frasco estéril  três amostras  colhidas em dias consecutivos  ou alternados de todo o volume da primeira  urina da manhã,  desprezando o primeiro jato,  apóhigiene genital prévia.
   Manter a amostra refrigerada (2 a 8oC) até encaminhar ao laboratório no prazo máximo de
24 horas.
   O  É  INDICADA  A  REALIZAÇÃO  DO  EXAME  EAMOSTRAS  DE  URINA  COLETADAS DURANTE 24 HORAS

PS: Outras tipos de amostras também podem ser utilizadas. Aqui estão representadas as mais frequentes.


IV).Procedimento:


A Preparo do esfregaço
Amostras de escarro

# Selecionar a parte mais purulenta e espalhar em ¾ da lâmina. Após tratamento (com soluções diluídas de ácido HCl 1N - ou base NaOH 4%) e concentração da amostra preparar outra lâmina com o sedimento.

#Deixar secar dentro da cabine de segurança e fixar no calor antes de corar.



Amostras de urina

# Centrifugar  todo o volume  da amostra em centrífugrefrigerada  5.000 rpm (3.000xg)  por 15 minutos

# Desprezar o sobrenadante, homogeneizar o sedimento e com uma alça bacteriológica depositar uma gota do sendimento em uma lâmina.
#Deixar secar dentro da cabine de segurança e fixar no calor antes de corar.
B Coloração
1.    Fixar o esfregaço no calor
2.    Cobrir o esfregaço com fucsina de Ziehl
3.    Aquecer a parte inferior da lâmina com a chama do bico de Bunsen a observar a emissão de vapores e deixar 5 minutos
4.    Lavar com água corrente
5.    Cobrir o esfregaço com álcool-ácido e deixar por 1 minuto
6.    Lavar com água corrente
7.    Cobrir o esfregaço com azul de metileno e deixar por 2 minutos
8.    Lavar com água corrente
9.    Deixar secar ao ar.


Figura 1 - Esquema com os passos da Coloração de Ziehl Neelsen.

V). Leitura ao microscópio:

Observar em objetiva de de imersão (100x). A leitura deve ser conduzida de uma forma sistemática e padronizada, considerando-se dois aspectos distintos. O primei ro compreende a contagem de germes em cada campo miscroscópico, que é dividido mentalmente em quatro quadrantes, iniciando-se no quadrante superiodireito.  O segundo  refere-se  ao  número  de  campos  miscroscópicos  observados,  devendo  ser observado um total de cem campos miscroscópicos seqüenciados em linha reta, a partir do local onde foi colocado o óleo de imersão. (Santos F., 2003)

Ao  microscópio  procure  os  bacilos  álcool-ácido  resistentes.  Que  aparecem  sob  forma  de bastonetes em fundo azul. Podendo ser retos ou ligeiramentcurvos. Quando a coloração avermelhada estiver  distribuída  igualmente  - bacilos  sólidos;  quando  dforma  desigual  -  bacilos  fragmentados  ou granulosos. Já os bacilos em forma de cachos são chamados de globias. Presença de Bacilos sólidos estão relacionados com presença de micro-organismoviáveis e podem ser vistos nos casos novos, ainda não tratados ou nas recidivas. (http://www.plugbr.net/index.php?tag=cient%C3%ADfi cos)




Figura 2 - Tuberculose meníngea circunscrita em paciente soro-positivo. 
Fonte: http://anatpat.unicamp.br/nptneurotbc2.html


VI).Como reportar o resultado:

Resultado negativo: Não foram observados bacilos álcool ácido resistentes na amostra analisada. Resultado positivo: consultar  os itens abaixo:
*  1  a  2 bacilos em 300 campos. ---Confeccionar      nova      lâmina(1+)                    
* 1 9 BAAe100 campos microscópicos (2+)                    
* 1  BAAe10 campos microscópicos (3+)                         
* 1  a  BAApor campo microscópic(4+)                
* > 9 BAAR por campo microscópico

Se o resultado persistir, pedir nova amostra para confirmar o resultado



VII).Comentários:


Especificidade essa coloração não é específica para micobactérias, desde que outros microrganismos podem apresentar propriedade álcool-ácido  resistente, tais como Nocardia spp., Rodococcus spp. e Legionellla micdadei


Sensibilidade varia de 22 a 81%, o que significa que um resultado negativo não exclui a presença de micobactérias na amostra. São necessários em geral 104  microrganismos por mililitro de escarro para obtermos um resultado positivo pelo exame direto. Em amostras de urina e lavado gástrico devem ser sempre acompanhadas de cultura.

Figura 3 - Heinrich Hermann Robert Koch, em 1882 descobriu o bacilo da tuberculose (Bacilo de Koch).

Fonte: http://historiaybiografias.com/koch/

VIII).Referências bibliográficas:

- Campinas et. al. - Tuberculose   Manual de orientação / Divisão de tuberculose/  Centro de Vigilância
Epidemiológica. 2002

- Oplustil, C.P.; Zoccoli, C.M.; Tobouti, N.R.; Sinto, S.I. Procedimentos sicos em Microbiologia Clínica, 3ª
Ed. Sarvier, São Paulo, SP, 2010.

- Santos, F. L. Manual de Microbiologia Cnica. 3ª Edição, Ed. Universitária, João Pessoa, PB, 2003.


-  http://www.plugbr.net/index.php?tag=cient%C3%ADficos

- https://edutec.unesp.br/publicador/index.php/conteudo/visualizar?pid=291&Conteudo_page=17 Acesso em 26 de Agosto de 2016.

http://anatpat.unicamp.br/nptneurotbc2.html Acesso em 26 de Agosto de 2016.


 Copyright  ZILKA NANES LIMA © 2016 

                    Direito exclusivo da autora de imprimir, reproduzir ou vender obra literária, artística ou científica.




Comentários

  1. BAAR/Bacilos álcool-ácido resistentes: coradas em rosa (coram-se pela fucsina fenicada e resistem a descoloração pelo álcool-ácido).
    Bactérias NÂO ácool-ácido resistentes: coradas em azul (coram-se pelo azul de metileno, corante contrastante).

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Olá! Comente abaixo sua opinião a respeito do nosso blog, ajudará a manter nosso projeto ativo. Obrigada!

Postagens mais visitadas deste blog

14. IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS

6. TÉCNICAS DE SEMEADURA

10. CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO