2.LEVEDURAS
Fonte: http://www.infoescola.com/reino-fungi/levedura/ |
MICOLOGIA (Parte 1 – Prática de Fungos leveduriformes)
(Microbiologia Básica / Profa . ZilkaNanes Lima)
Copyright ZILKA NANES LIMA © 2016 - Todos os direitos reservados
1. INTRODUÇÃO
Durante muitos anos a Micologia
teve pouca expressão na área médica, possivelmente pela falta de diagnóstico
adequado. Ultimamente, o número de pacientes suscetíveis aos mais variados
tipos de infecções tem aumentado significantemente. Com esse crescimento, as
infecções fúngicas vêm se tornando mais freqüentes.
Com o
aparecimento da antibioticoterapia, utilização de métodos imunossupressores,
surgimento da AIDS e melhora nos métodos diagnósticos observamos aumento no
número de casos de infecções fúngicas.
O
diagnóstico de uma infecção fúngica tem por base a combinação de dados clínicos
e laboratoriais. O processo laboratorial inclui: - demonstração do fungo no
material examinado por microscopia e cultura, - detecção de anticorpos
específicos e detecção de antígenos e metabólitos liberados pelo fungo nos
líquidos corpóreos ou tecidos.
Tendo em
vista a importância do diagnóstico micológico, a disciplina objetiva
desenvolver no aluno a capacidade de identificação de fungos filamentosos e
leveduriformes assim como introduzir os principais aspectos da Micologia
Médica. Portanto, torna-se imprescindível o bom conhecimento das principais
estruturas fúngicas e das técnicas utilizadas em sua identificação.
As micoses podem ser divididas em:
·
Superficiais:
· Pitiríase versicolor
· Piedra branca
· Piedra negra
·
Cutâneas:
· Dermatofitoses
· Candidíase
·
Subcutâneas:
· Cromomicose,
· Esporotricose
· Micetoma (eumicetoma e actinomicetoma)
· Zigomicose
· Rinosporidiose
· Doença de Jorge Lobo
· Feo-hifomicose
· Hialo-hifomicose
·
Sistêmicas:
· Paracoccidioidomicose
· Histoplasmose
·
Oportunistas:
· Criptococose
· Aspergilose
2. Identificação
de Candida spp.
2.1. Candidíases (Monilíases):
São os nomes
de conotações genéricas para denominar doenças causadas por Candida albicans e outras espécies. O
habitat da Candida é bastante
amplo,no homem essa levedura habita a mucosa digestiva e por contigüidade a mucosa
vaginal. A infecção pode atingir mucosas, tecido cutâneo e em alguns casos pode
ser sistêmica. As manifestações clínicas apresentam grande diversidade de
quadros, podendo ser divididas em três grandes grupos: Candidíase
cutâneo-mucosa, Candidíase sistêmica e candidíase alérgica. As principais
espécies patogênicas são: C. albicans, C.
tropicalis, C. pseudotropicalis, C. guilliermondi, C. parapsilosis, C. krusei
2.2.- PROVA DO TUBO GERMINATIVO:
A prova do
tubo germinativo é um teste que caracteriza rápida e presuntivamente a levedura
da espécie Candida albicans. A técnica é muito simples e baseia-se,
fundamentalmente, na semeadura de um pequeno inóculo dessa levedura em soro,
que pode ser de várias espécies animais. Os soros recomendados são o humano, o
fetal bovino ou de cavalo, podendo-se, ainda, utilizar albumina de ovo.
Técnica: a.) Com a
ponta de uma pipeta Pasteur estéril, ou ainda, com uma alça de platina
calibrada (0,001ml), retirar uma pequena porção de uma colônia de levedura e
emulsioná-la de forma asséptica em 0,5 ml de soro. Evitar, se possível, o uso
de soro humano, que pode ter anticorpos ou ainda antifúngicos.
b.) Incubar a 37º C por um período
de 1,5-2 horas, em banho-maria, ou até 3 horas em estufa bacteriológica.
c.) Findo este período, deve-se
remover uma gota da suspensão e montar uma preparação do tipo lâmina-lamínula,
para observação microscópica. O tubo germinativo, quando o teste for positivo,
aparecerá como filamento fino e cilíndrico, originado do blastoconídio da
levedura, no qual não se observa nenhuma zona de constricção, quer na base ou
ao longo de sua extensão.
2.3.- MICROCULTIVO DE LEVEDURAS
Esta
técnica baseia-se no princípio de que leveduras, quando incubadas num meio com
Tween-80 apresentam a capacidade de filamentar, formando pseudo-hifas e/ou
hifas verdadeiras. Assim, pelas características morfológicas diferenciadas das
estruturas filamentosas, pode-se sugerir a espécie de levedura implicada na
identificação.
2.4.- CHROMagar
Candida Medium
2.4.1. UTILIZAÇÃO PRETENDIDA : CHROMagar
Candida Medium é um meio de isolamento e identificação para Candida albicans, C. tropicalis e C. krusei
de amostras clínicas. Possui uma ação inibidora para as bactérias e também pode
ser utilizado como meio de isolamento seletivo para outras espécies de
leveduras e para fungos filamentosos.
2.4.2. PRINCÍPIOS E EXPLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO
(Método
microbiológico) O CHROMagar Candida Medium é um meio selectivo para
diferenciação utilizado para o isolamento de fungos. Com a inclusão de
substratos cromogênicos no meio, as colônias de C. albicans, C. tropicalis e C. krusei produzem cores diferentes,
permitindo assim a detecção direta destas espécies de leveduras na placa de
isolamento. As colônias de C. albicans
aparecem com uma cor verde-claro a verde médio, as de C. tropicalis aparecem azuis esverdeadas a azul metalizado e as de C. krusei aparecem cor-de-rosa claro com
um rebordo esbranquiçado. Outras espécies de leveduras poderão desenvolver a
sua cor natural (creme) ou aparecer cor-de-rosa ou cor de malva claro a escuro
[por exemplo Candida (Torulopsis)
glabrata e outras espécies]. Uma vantagem adicional deste meio consiste é a
fácil detecção de culturas mistas de leveduras devido à apresentação das suas
colônias com cores diferentes. As peptonas especialmente selecionadas para o
efeito fornecem os nutrientes no CHROMagar Candida Medium. A mistura exclusiva
de cromogênios é composta por substratos artificiais (cromogênios), que
libertam compostos de várias cores na sequência da degradação de enzimas
específicas. Tal permite a diferenciação de determinadas espécies, ou a
detecção de determinados grupos de organismos, utilizando apenas um número
mínimo de testes de confirmação. O cloranfenicol presente no meio inibe a
maioria dos contaminantes bacterianos.
2.4.3. PROCEDIMENTO DO TESTE
Espalhar a
amostra para isolamento sobre a superfície do meio. Se a amostra estiver a ser
cultivada a partir de uma zaragatoa, fazer rolar suavemente a zaragatoa sobre
uma pequena área da superfície na extremidade e, em seguida, espalhar a partir
desta área com um alça. Incubar as placas em condições aeróbias, a uma
temperatura de 35 ± 2°C, durante 20 a 48 h numa posição invertida. É necessário
um período de incubação de 42 h para o desenvolvimento completo da cor das colônias
de Candida. Minimizar a exposição à
luz antes e durante a incubação.
Os isolados
ocasionais, como é o caso de Cryptococcus
neoformans e dos fungos filamentosos, irão necessitar de um período de incubação
mais longo e, possivelmente, uma temperatura de incubação mais baixa para se
desenvolverem bem. Por essa razão, deve inocular-se e incubar-se uma placa
contendo um segundo meio fúngico, por exemplo BD Sabouraud Agar with
Gentamicin and Chloramphenicol a uma temperatura entre 20 e 25°C, caso se
preveja a existência de outros fungos que não os da espécie Candida.
2.4.4. RESULTADOS
Após a
incubação, as placas provenientes das amostras que contêm fungos apresentarão
indícios de crescimento. Recomenda-se a leitura das placas sobre um fundo
branco. Se estiverem presentes espécies de
Candida, as colônias irão se apresentar-se com uma cor verde-claro a verde-médio (Candida albicans), cor-de-rosa claro a
vermelho claro com rebordo esbranquiçado (C.
krusei), ou azuis esverdeadas a azul metalizados com ou sem halos violetas
(C. tropicalis). O restante das
espécies de Candida e outro tipo de
leveduras aparecerão com uma cor de malva claro a escuro (rosa a violeta) ou,
no casos em que não é utilizado nenhum dos substratos cromogênicos, irão apresentar
a sua cor natural das colônias (creme a branco). Os dados dos vários estudos realizados indicam
que não são necessários mais testes de identificação relativamente às espécies Candida albicans, C. tropicalis e C. krusei.
Professora Zilka Nanes Lima (Microbiologia e Imunologia Clínica)
MICROBIOLOGIA BÁSICA
Fontes: Apostila de Micologia Clínica (Professor
Sandro Rogério de Almeida – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade
de São Paulo) e http://www.bd.com/resource.aspx?IDX=9113
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