Bacterioscopia / GRAM
1.Princípio:
A coloração de Gram serve para um diagnóstico rápido presuntivo de um agente
infeccioso e também para avaliar a qualidade da amostra para cultura.
O Gram classifica as bactérias com base na morfologia e afinidade pelos corantes em
Gram-positivas (roxas) e Gram-negativas (rosas).
2.Materiais clínicos que podem ser utilizados: Amostras recebidas em swabs, amostras obtidas após aspiração, fragmentos de tecido e biópsias, líquidos orgânicos em geral (líquor, líquido sinovial, líquido ascítico, líquido pleural), secreções em geral (uretral, vaginal,orofaringe, nasal, etc), fezes e amostras de urina. PS: O Gram também pode ser realizado a partir do crescimento de micro-organismos em meios sólidos ou líquidos.
3.Procedimento:
3.1 Preparo do esfregaço para Gram:
- “Swabs” – Rolar o swab delicadamente sobre a superfície de uma lâmina limpa. Deixar secar ao ar e fixar no calor.
- Amostras que requerem centrifugação (Ex: urina): Demarcar a área na lâmina na qual o material será depositado , homogeneizar o sedimento e espalhar na área. Para aumentar a concentração colocar uma segunda gota na mes ma área. Deixar secar ao ar e fixar no calor.
- Amostras de aspirado, exsudatos, escarro e fezes: Se com pouca viscosidade, homogeneizar e fazer o esfregaço. Se espessa, diluir em solução fisiológica estéril antes. Deixar secar ao ar e fixar no calor.
Esfregaços de colônias: Colocar uma pequena gota de solução fisiológica sobre a lâmina, com uma alça ou fio bacteriológico, tocar na superfície de uma colônia isolada e emulsionar gentilmente na gota colocada sobre a lâmina. Deixar secar ao ar e fixar no calor.
3.2 Coloração de Gram:
1. Confeccionar o esfregaço, fixar o esfregaço na chama do bico de Bunsen;
2. Dispor as lâminas em um suporte não muito próximo uma de outra;
3. Cobrir o esfregaço com papel de filtro;
4. Cobrir o papel de filtro com cristal violeta e deixar por 1 minuto;
5. Lavar com água corrente, retirando o papel de filtro e o excesso do corante;
6. Cobrir o esfregaço com Lugol fraco por 1 minuto;
7. Lavar com água corrente;
8. Descorar com álcool-acetona, primeiro cobrindo o esfregaço deitado no suporte durante 10-20 segundos, e depois gotejando a lâmina inclinada até que não escorra mais o cristal violeta (cuidado para não descorar demais). PS: Pode se utilizar apenas álcool a 95% ou acetona;
9. Lavar com água corrente;
10. Cobrir com fucsina ou safranina por 30 segundos diluidas 1/10 (se o corante foi novo deixar um te mpo ainda menor)
11. Lavar com água corrente e secar ao ar ou com papel de filtro;
12. Examinar ao microscópio.
4. Como reportar o resultado:
GRAM: Em alguns materiais clínicos é importante avaliar sua qualidade. Com objetiva de 10x avaliar a qualidade do material clínico e esfregaço, verificando presença de leucócitos e células epiteliais. Com objetiva de imersão de 100x (aumento de 1.000x), analisar várias áreas do esfregaço e relatar a ausência ou presença de micro -organis mos, quantificando segundo a tabela abaixo e classificando conforme descrito a seguir:
Descrição da morfologia e agrupamento dos micro-organismos observados:
-Cocos Gram-positivos aos pares
-Cocos Gram-positivos em cadeias
-Cocos Gram- positivos agrupados
-Bastonetes ou Bacilos Gram-positivos
-Bastonetes ou Bacilos Gram-positivos ramificados
-Bastonetes ou Bacilos Gram-positivos corineiformes ou difteróides
-Bacilos gram-positivos tipo Döderlein
-Diplocococos Gram-negativos
-Bastonetes ou Bacilos Gram-negativos
-Cocobacilos Gram-negativos
-Cocobacilos Gram-variáveis
- Leveduras e/ou leveduras em brotamento e/ou com formação de pseudohifas.
Tabela – Orientação para a leitura da coloração pelo método de Gram (sugestão de quantificação)
5. Comentários: Para visualizar microrganismos pelo método de Gram, em geral é necessária a presença de cerca de 104UFC/mL (ou col/mL).
Um resultado negativo não significa obrigatoriamente ausência de micro-organismos naquela amostra e deve ser confirmado com cultura.
Referências:
1. Oplustil, C.P.; Zoccoli, C.M.; Tobouti, N.R.; Sinto, S.I. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica, 3.ed. Editora Sarvier, São Paulo, SP, 2010.
2. Conhecimento adquirido.
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